Entrando em buracos (1)
A gente anda pagando tanto imposto que, aos poucos, vamos entrando num buraco. Quando a gente se dá conta, além dos gastos normais (que calculamos na ponta do lápis no início de cada mês) vemos que, ao pagá-los, não sobrou nada ou, em muitos casos, o contrário: faltou! Aí usamos um pouquinho do cheque especial, jogamos alguma conta no cartão de crédito, atrasamos uma outra... E aí vamos repensar nossos gastos. Quando a gente vê, muito do que gastamos no mês não é resultado de contas, compras, etc. O banco papa uma taxinha ali, o governo outra lá... No bolso a gente sente fundo o peso de cada tributo embutido nos produtos que consumimos.

Ok. Mas o tempo passa e a gente consegue juntar um dinheirinho pra viajar. Calcula o que vai gastar com hotel, com alimentação, com gasolina... E partimos para desfrutar alguns bons momentos longe do stress do dia-a-dia. Nos primeiros 50 quilômetros da viagem o primeiro gasto que a gente sempre esquece de calcular antes da partida: o pedágio. Até aí, tudo bem. O problema é que até chegarmos ao destino sofremos mais quatro vezes com esse "imprevisto". E o pior não é isso: o pior é que nem chegamos ainda e já estamos pensando na volta. "Preciso guardar dinheiro para todos esses pedágios de novo!"

Isso não seria um problema, definitivamente, se nas nossas estradas a gente não corresse riscos. Não só pela falta de sinalização, mas pela total falta de estrutura! É buraco em cima de buraco, imensos trechos sem acostamento... despreocupação total. E os quase R$ 60 que eu paguei nos pedágios, aonde estão? E o IPVA que eu pago todo ano, para onde vai?

Triste. Revoltante! Não bastasse o dinheiro mal chegar para as contas do mês, ainda temos impostos e taxas embutidos em tudo o que consumimos. Portanto, prezado leitor e consumidor, ao viajar, cuidado. Ao usar seu dinheiro, pagar suas contas, fazer seus cálculos, mais cuidado ainda. Você pode cair ou entrar num buraco!